quinta-feira, 12 de março de 2015

CRÔNICA - para fazer no CADERNO

O Homem Nu
Fernando Sabino

    
   Ao acordar, disse para a mulher:
        — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
        — Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
        — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
        Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
 Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos: 
        — Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
        Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
        Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
        Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
        — Maria, por favor! Sou eu!
        Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
        Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
        — Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
        E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
        — Isso é que não — repetiu, furioso.
        Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
        — Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
         Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
        — Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
        A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
        — Valha-me Deus! O padeiro está nu!
        E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
        — Tem um homem pelado aqui na porta!
        Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
        — É um tarado!
        — Olha, que horror!
        — Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
        Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
        — Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
        Não era: era o cobrador da televisão.

Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 65
Glossário
VigariceAto de trapaça; fraude.
Lanço: Parte de uma escada entre dois patamares sucessivos; o mesmo que lance.
Grotesco: Ridículo, extravagante.
Encetar: Iniciar, começar.
Em pelo: Nu, pelado.
Pesadelo de Kafka: Referência ao escritor checo Franz Kafka, que criou histórias fantásticas com toques de terror e situações incomuns. Muitas vezes, seus personagens se sentiam assustados e em agonia, como se vivessem um pesadelo.
Regime do Terror. Referência ao período da Revolução Francesa compreendido entre 31 de maio de 1793 e 27 de julho de 1794, em que milhares de pessoas foram executadas naguilhotina por se oporem ao governo e às ideias de Maximilien de Robespierre.
Estarrecida. Espantada, horrorizada, perplexa.
Radiopatrulha. Veículo da polícia, equipado com rádio.

Compreensão do texto e análise da organização do enredo

1.     O título da crônica é O homem nu. Que outro título você poderia atribuir ao assunto do texto?

2.    O texto foi escrito no início da década de 1960. Que fatos ou situações nos permitem concluir que a história não se passa nos dias de hoje?

3.     Por que o homem ficou nu?

4.    Por que a mulher não abriu a porta do apartamento quando a campainha tocou?
       
5.    No quarto parágrafo do texto, o homem afirma:
             — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas          obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que       não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
      A atitude dele está de acordo com sua afirmação? Por quê?

6.     Por que a vizinha gritou que o padeiro estava nu?

7.    No final da história, o homem teve de encarar o cobrador da televisão. Escreva uma possível desculpa que ele poderia dar para não pagar a prestação.

8.     Responda a estas perguntas sobre o texto O homem nu.
       a) Qual era o desejo do homem nu ao se ver trancado fora de casa?

       b) O que o impedia de realizar esse desejo?

9.    Assinale a alternativa que expressa o principal conflito do protagonista, isto é, do personagem mais importante de O homem nu.

            A oposição entre o desejo e o que impede sua realização chama-se conflito. Pode ser um choque             de interesses, de opiniões, de comportamento entre dois ou mais personagens, ou de um personagem            com a natureza, ou até de um personagem consigo mesmo. É por meio do conflito que se estrutura o       enredo de uma narrativa.

a.(   )O marido quer tomar banho, mas a mulher já se trancou no banheiro.
b(    )O cobrador virá receber a prestação, mas o devedor está sem dinheiro.
c(     )O homem nu está do lado de fora do apartamento e não consegue entrar em casa.
d(    )O elevador começa a subir e o homem nu pensa que é o cobrador.

O momento da narrativa em que a sequência de acontecimentos atinge o  mais alto grau de tensão chama-se clímax.
10.       Qual é o momento de mais tensão, de mais nervosismo no texto?
                       

11.  Numere as ações, mostrando a sequência dos acontecimentos.
a.     A porta do apartamento se fecha, deixando o homem para fora.  (        )
b.     O marido pega o embrulho do pão.     (        )
c.     O marido põe a água para esquentar. (        )
d.     O marido entra no elevador e aperta o botão de emergência.       (        )
e.     A mulher vai para o banho.  (        )
f.     A mulher abre a porta.  (        )
g.     O homem e a mulher decidem fingir que não estão em casa.   (        )
h.     A mulher desliga o chuveiro.    (        )
i.      O elevador começa a subir.     (        )
j.      O marido tira a roupa para tomar banho. (        )
k.     O marido toca a campainha do apartamento.    (        )
l.      O cobrador da televisão bate à porta.    (        )
m.    O marido grita e esmurra a porta, alertando os vizinhos.    (        )

12.  Em vários momentos, o autor criou suspense no texto. Localize dois trechos em que isso ocorre e cite os números dos parágrafos correspondentes.

13.  Retire do texto O homem nu três palavras ou expressões que marcam o tempo na narrativa..

14. Releia esta frase do texto e faça o que se pede.
            Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro (...)
  a) Assinale a alternativa que explica o sentido do trecho sublinhado.
(     ) Expressa uma consequência.
(      ) Indica uma causa.
(     ) Estabelece uma comparação.
    
b) Reescreva essa mesma frase, substituindo a palavra como por outra palavra ou expressão de sentido equivalente. Faça as alterações necessárias.


QUADRINHOS - MENINO MALUQUINHO - para fazer no CADERNO


Menino Maluquinho - Interpretação de texto

Menino Maluquinho - Interpretação de texto
Menino Maluquinho - Interpretação de texto


1) Quem são os personagens da historinha?

2) Porque nessa historinha aparecem vários pontos de exclamação?

3) No terceiro quadrinho, o que a Carol fez ao descobrir o saco plástico?

4) Porque a Carol chegou a conclusão que fosse poluição?

5) Observe a seguinte frase: O saco plástico foi jogado por banhistas.

O diminutivo da palavra destacada é:
a)(     )sacolão                     b)(     ) saquinho                 c)(     ) sacola


6) “Carol é uma menina muito medrosa”, o adjetivo desta frase é:

a)(     ) Medrosa                       b)(     ) menina                   c)(     ) muito                     


7) Observe a seguinte frase: Carol correu para um lugar distante.

O sinônimo da palavra destacada é:
a)(     ) perto                        b)(     ) longe


8) Reescreva apenas os adjetivos das frases nas linhas abaixo.

a) Uma água-viva é linda.                 
______________________             

b) A Carol é muito medrosa.
______________________

C) Corajoso é o Menino Maluquinho.
______________________



Créditos: http://artedelecionar.blogspot.com - http://educarx.blogspot.com.br/2013/09/menino-maluquinho-interpretacao-de-texto.html

QUADRINHOS - MENINO MALUQUINHO I - para fazer no CADERNO





QUESTÃO 1
O humor do texto acontece porquê:
a) Maluquinho descobriu um novo remédio.
b) a doença do mau hálito é muito incômoda.
c) o remédio é a rolha do vidro e não o seu conteúdo.
d) o remédio pode ser vendido para milhões de pessoas.
QUESTÃO 2
Os três sinais de exclamação que aparecem no primeiro quadrinho foram usados para ressaltar:
a) a descoberta de algo sem importância
b) a euforia do personagem com a descoberta.
c) seu desejo de vender o remédio para o amigo.
d) seu entusiasmo ao explicar como se tomava o remédio.
QUESTÃO 3
A expressão do rosto do amigo de Maluquinho no último quadrinho revela:
a) surpresa.                   b) desânimo.                    c) raiva.                    d) decepção.


http://profreginabb.blogspot.com.br/2013/08/interpretacao-historia-em-quadrinhos.html


QUADRINHOS - O VENDEDOR - para fazer no CADERNO

Interpretação de história em quadrinhos O Vendedor

(LAERTE. Classificados. São Paulo: Devir, 2001. p.6)


1. Nos dois primeiros quadros da tira, percebe-se que o menino
(A) aceita logo a oferta do homem.
(B) discute o preço das balas com o homem.
(C) negocia o preço da sua mercadoria.
(D) oferece a sua mercadoria aos gritos.

2. O recurso utilizado na tira para apresentar a fala dos personagens é
(A) o gesto.
(B) a cor.
(C) o tipo de letra.
(D) o balão.

3. A fala do menino, no último quadro da tira, sugere
(A) aborrecimento.
(B) bondade.
(C) preconceito.
(D) inveja.

4. No segundo quadro da tira, a fala do menino marcada com um duplo ponto de exclamação, reforça
(A) a irritação com o trabalho.
(B) o desinteresse pela venda.
(C) o apelo para vender.
(D) a pressa em vender.

5. Em “Não trabalho com pedestre”, o termo destacado refere-se a pessoas que
(A) andam de ônibus.
(B) caminham a pé.
(C) passeiam de bicicleta.
(D) viajam de carro.

http://educarx.blogspot.com.br/2013/09/interpretacao-de-historia-em-quadrinhos.html


VALORES E VIRTUDES

Significado de Valor Humano

Significado de Virtude Humana

Lista dos Valores

Lista das Virtudes

terça-feira, 10 de março de 2015

Hino Nacional Brasileiro

                 O Hino Nacional Brasileiro tem letra de Joaquim Osório Duque Estrada 1870 1927) e música de Francisco Manuel da Silva (1795 - 1865). Foi adquirida por 5:000$ cinco contos de réis a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de 1922 [1] pelo então presidente Epitácio Pessoa e oficializado pela lei n.º 5.700, de 1 de setembro de 1971, publicada no Diário Oficial (suplemento) de 2 de setembro de 1971.

                  Hino executado em continência à Bandeira Nacional e ao presidente da República, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, assim como em outros casos determinados pelos regulamentos de continência ou cortesia internacional. Sua execução é permitida ainda na abertura de sessões cívicas, nas cerimônias religiosas de caráter patriótico e antes de eventos esportivos internacionais.

                A partir de 22 de setembro de 2009, o hino nacional brasileiro tornou-se obrigatório em escolas públicas e particulares de todo o país. Ao menos uma vez por semana todos os alunos do ensino fundamental devem cantá-lo.


Vocabulário:

Plácidas : tranqüilas, calmas
Brado : grito
Retumbante : que ecoa, vibrante
Fúlgidos : luz intensa
Penhor : garantia
Idolatrada : muito amada , respeitada
Vívido : cheio de vida
Formoso: lindo, belo
Límpido : limpo, claro
Cruzeiro : constelação do Cruzeiro do Sul
Resplandece : brilha
Impávido: destemido
Colosso : gigante
Espelha: reflete
Gentil: Generoso, acolhedor
Esplêndido: maravilhoso , admirável
Fulguras : brilhas
Florão : enfeite, ornamento, joia
Garrida : vistosa, alegre
Risonhos : alegres
Lábaro : bandeira
Ostentas : mostra
Louro : amarelo
Flâmula: bandeira
Clava : pau usado como arma


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