terça-feira, 23 de junho de 2015
quarta-feira, 17 de junho de 2015
OS VASOS PRECIOSOS
Os
vasos preciosos
Um príncipe poderoso possuía vinte vasos de porcelana,
belíssimos, que eram seu orgulho. Guardava-os numa sala especial,
onde ficava durante muitas horas a admirá-los.
Um
dia, sem querer, um criado quebrou um dos vasos.
O
príncipe, enfurecido e inconsolável com a perda do precioso objeto,
condenou à morte o desastrado.
Nessa ocasião,
apresentou-se no palácio um velho sábio que se propôs a consertar
o vaso de maneira a ficar perfeitamente igual aos outros, mas, para
isso, precisava ver todos juntos.
A sua proposta foi
aceita. Sobre uma mesa coberta com riquíssima toalha, estavam os
dezenove vasos enfileirados. Aproximando-se o sábio, como se tivesse
enlouquecido, puxou com violência a toalha e os vasos tombaram ao
chão, em pedaços.
O príncipe ficou mudo de
cólera, mas antes que ele falasse, o sábio, tranquilamente,
explicou:
- Senhor, estes dezenove vasos poderiam
custar a vida a dezenove infelizes; assim, dou por estes a minha,
porque, velho como sou, para nada sirvo.
Refletindo, o príncipe compreendeu que todos os vasos do mundo, por
mais belos e preciosos, não valiam a vida de um ser humano.
Perdoou o sábio e também ao servo desastrado.
( Malba Tahan)
GENTE É BICHO E BICHO É GENTE
GENTE É BICHO E BICHO É
GENTE
Querido Diário, não tenho mais dúvida de que este mundo
está virado ao avesso! Fui ontem à cidade com minha mãe e você
não faz ideia do que eu vi. Uma coisa horrível,horripilante,
escabrosa,assustadora, triste, estranha, diferente, desumana... E eu
fiquei chateada.
Eu vi um homem, um ser
humano, igual a nós, remexendo na lata de lixo. E sabe o que ele
estava procurando? Ele buscava, no lixo, restos de alimento. Ele
procurava comida!
Querido Diário, como
pode isso? Alguém revirando uma lata cheia de coisas imundas e
retirar dela algo para comer? Pois foi assim mesmo, do jeitinho que
estou contando. Ele colocou num saco de plástico enorme um montão
de comida que um restaurante havia jogado fora. Aarghh!!! Devia estar
horrível!
Mas o homem parecia bastante
satisfeito por ter encontrado aqueles restos. Na mesma hora, querido
Diário, olhei assustadíssima para a mamãe. Ela compreendeu o meu
assombro. Virei para ela e perguntei:
_“Mãe, aquele homem vai comer aquilo?” Mamãe fez
um “sim” com a cabeça e, em seguida, continuou:
_“Viu, entende por que
eu fico brava quando você reclama da comida?”.
É verdade! Muitas vezes, eu me
recuso a comer chuchu, quiabo, abobrinha e moranga. E larguei no
prato, duas vezes, um montão de repolho, que eu odeio! Puxa vida! Eu
me senti muito envergonhada!
Vendo
aquela cena, ainda me lembrei do Pó, nosso cachorro. Nem ele come
uma comida igual àquela que o homem buscou do lixo. Engraçado,
querido Diário, o nosso cão vive bem melhor do que aquele homem.
Tem alguma coisa errada nessa história, você não acha?
Como pode um ser humano comer comida do lixo e o meu
cachorro comer comida limpinha? Como pode, querido
Diário, bicho tratado como gente e gente vivendo como bicho? Naquela
noite eu orei, pedindo que Deus conserte logo este mundo. Ele nunca
falha. E jamais deixa de atender os meus pedidos. Só assim, eu
consegui adormecer um pouquinho mais feliz.
(OLIVEIRA,
Pedro Antônio. Gente é bicho e bicho é gente. Diário da Tarde.
Belo Horizonte, 16 out. 1999).
O CARACOL INVEJOSO
O
Caracol Invejoso
O caracolzinho sentia-se muito infeliz. Via que
quase todos os animais eram mais ágeis do que ele. Uns brincavam,
outros saltavam. E ele aborrecia-se debaixo do peso de sua carapaça!
- Vê-se que meu destino é ir
devagarinho, sofrendo todos os males! dizia ele, bastante
frustrado.
Seus amigos e familiares
tentavam consolá-lo, mas nada conseguiam.
-
Caracolino, pense que, se a Natureza lhe deu essa carapaça, para
alguma coisa foi, disse-lhe a tartaruga, que se encontrava em
situação semelhante à dele.
- Sim,
claro, para alguma coisa será! Pode explicar-me a razão? Perguntava
Caracolino, ainda mais chateado por receber tantos conselhos.
Caracolino tornou-se tão insuportável por suas
reclamações, que todos o abandonaram. E ele continuava com sua
carapaça às costas, cada vez mais pesada para o seu gosto.
Um dia, desabou uma tempestade. Choveu
durante muitos dias. Parecia um dilúvio!
As águas subiram, inundando tudo. Muitos dos animaizinhos que
ele invejara, encontravam-se agora em grandes dificuldades.
Caracolino, porém, encontrou
um refúgio seguro. Dentro de sua carapaça estava totalmente
protegido!
Desde então, compreendeu a
utilidade de sua lenta e pesada carapaça. Deixou de protestar,
tornando-se um animalzinho simpático e querido por todos.
O GATO E A RAPOSA
O
gato e a raposa
O gato e a raposa andavam sempre juntos
pelo mundo. Eram muito amigos, apesar de a raposa estar sempre
desvalorizando o colega.
- Amigo gato,
por que não aprende mais truques para fugir dos cachorros que nos
perseguem? Sempre ouvi dizer que você é tão inteligente. Será
verdade?
- Sei subir rapidamente em
árvores. É o que me basta. Os cachorros não vão me pegar.
- Você só sabe isso? Eu sei 99 truques
diferentes! Conheço mil manhas, cada uma melhor que a outra.
Finjo-me de morta, me escondo nas folhas secas, nas moitas, corro em
zigue-zague, disfarço minhas pegadas...
Enquanto a raposa falava distraidamente das suas habilidades se
aproximavam dali dois cachorros. O gato muito esperto, subiu
rapidamente na árvore. Quando a raposa percebeu a presença dos
cachorros, teve que sair em disparada para fugir deles.
- Pobre comadre raposa. É sempre preferível
saber bem uma só coisa a saber mal noventa e nove coisas diversas.
terça-feira, 2 de junho de 2015
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